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SESSÃO LIVRE APROVADA NO XVIII ENANPUR

O BrCidades teve sua sessão livre aprovada para o XVII ENANPUR 2019! TÍTULO DA SESSÃO: TRABALHOS DE EXTENSÃO NAS UNIVERSIDADES: CONSTRUINDO FORMAÇÃO E CIDADANIA


Organizador: Profa. Dra. Lizete Maria Rubano (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie; Coordenadora do Escritório modelo Mosaico) Organizador: Profa. Dra. Liza Maria Souza De Andrade (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília/UnB)


RESUMO GERAL

O campo disciplinar da Arquitetura e do Urbanismo passa por uma discussão, sempre constante e cada vez mais necessária, acerca de sua necessária tarefa. Essa discussão está voltada ao seu papel fundamental frente aos compromissos sociais e territoriais cabíveis e obrigatórios à profissão.

Ainda que sejam reconhecidas as novas tarefas frente às novas questões (TAFURI e DAL CO:1979), o quanto são concebidos e realizados - de fato – projetos político-pedagógicos que façam do aprendizado e da formação em Arquitetura e Urbanismo uma experiência declarada frente à realidade brasileira e às condições que deveríamos poder enfrentarpropondo – de desigualdades territoriais e de direitos.

Estrutura e participação social, moradia, equipamentos e espaços públicos, aportes infraestruturais, reconhecimento dos processos que geram o urbano, direito à cidade são temas constitutivos das pautas acadêmicas, mas como têm se realizado no processo de ensino? Como têm tangenciado práticas políticas que envolvem o enfrentamento da disputa territorial?

Da criação da UNE (União Nacional dos Estudantes) em 1937 e seu engajamento estrutural na constituição do papel social das universidades públicas, passando pelo Estado de exceção e sua regulamentação voltada ao ensino superior (Lei 5540/1968, tratando da chamada Reforma Universitária), que despolitizou e transformou a extensão em atividade assistencialista, chegando ao Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras (FORPROEX) em 1987, muito se tem transformado princípios, objetivos e práticas dessa atividade considerada uma das constitutivas da estrutura universitária.

Os projetos extensionistas, mais que proporcionar tangências entre as estruturas acadêmicas e seus agentes e as instâncias da sociedade que as solicitam ou que se tornam temas, parecem ter se tornado uma alternativa de maior impacto na relação universidade-sociedade.

Ainda que se considere o processo histórico pelo qual passou -e tem passado -esse tema ligado à formação, educação e troca com a sociedade, indo de uma atividade defendida e viabilizada pelos estudantes à intervenção e desmobilização de seus princípios fundamentais, a extensão tem se revelado novamente como uma possível e potente articulação entre formação e produção universitária e a sociedade, recolocando-se os aspectos emancipatórios dessa parceria.

Nessa sessão livre, o que nos motiva a apresentar e discutir – a partir de experiências recentes que têm sido conduzidas em universidades públicas e privadas – é o quanto a extensão tem representado uma articulação orgânica entre universidade e movimentos sociais, entidades, grupos organizados, para além da ideia de prestação de serviço: experiências que têm se mostrado muito próximas à matriz da chamada “pesquisa participante ou “pesquisa ação”, da “pesquisa participativa” ou da “investigação ação participativa”, mas que caminha, como condição específica que tem, para além da ideia de um “modelo de investigação social” (conforme BRANDÃO e BORGES: 2007).

Para além do trabalho direto com demandas sociais poder sugerir alterações curriculares, trata-se, aqui, de destacar as experiências de extensão apresentadas como possibilidades concretas de autonomia universitária e de construção política entre agentes a partir mesmo da “politização dos jovens e da expansão da cultura popular” (FLORIDO:2009), considerando-se troca e oferta recíproca de contribuições.

A potência da Universidade associada às lutas pelo direito à cidade, a práticas socais, aos grupos minoritários, quando pensada muito mais como troca, coloca o papel que uma experiência de extensão pode ter, constituindo-se um processo emancipatório de dupla mão.

Além disso, vale destacar que essa sessão livre proposta coloca em pauta uma rede que vem sendo articulada -entre universidades, entidades, movimentos sociais, grupos culturais e pessoas independentes– a partir da perspectiva de uma necessária atualização das temáticas e de um desejo, também ativador de debates , de se elaborar, coletivamente, novos projetos para o mundo urbano. Essa rede aqui representada por 5 (cinco) núcleos compõe o Projeto BrCidades (idealizado pela Profa. Dra. Erminia Maricato, da FAUUSP):

É urgente elaborar, por meio de uma construção social, um projeto para as cidades do Brasil, no médio e longo prazo, tendo como parâmetros a justiça espacial, intraurbana e regional; a sustentabilidade social, econômica e ambiental; o combate a toda sorte de desigualdade --social, racial e de gênero --, o respeito à diversidade geográfica e cultural, além do controle social e o respeito aos recursos públicos.

Realizar essas demandas somente será possível se assumirmos um projeto coletivo e pactuado, que necessita de capilarização, presença na opinião pública e base social. Somente com convergência poderemos caminhar para cidades economicamente dinâmicas, socialmente justas, ambientalmente responsáveis e culturalmente plurais. Fomentem os debates e formem núcleos do Projeto Brasil Cidades em seus bairros, em suas universidades e em suas organizações. Venham com a gente nessa luta! (Manifesto BrCidades)

As experiências de extensão aqui apresentadas têm contribuído como parte dessa construção de um projeto coletivo e têm representado importante possibilidade de articular questões estruturais do debate e das disputas de interesses da macro escala com o território, lugar real das lutas e enfrentamentos.

Essa sessão livre proposta pretende abrir o debate com a perspectiva de avaliação dessas experiências.

Referências Bibliográficas:

ALMEIDA, Maria Zeneide Carneiro Magalhães de A Extensão Universitária: Uma terceira função Tese de Mestrado, Faculdade de Educação, Unicamp: Campinas - SP, 1991. FREITAG, Bárbara. Escola, Estado e Sociedade 4ª ed. São Paulo: Moraes, 1980.

TAFURI, Manfredo e DAL CO, Francesco. Modern Architecture. NY: New York Harry N. Abrams,1979.

RODRIGUES, Valéria Maria. O fórum de pró-reitores de extensão e sua contribuição no debate sobre a extensão universitária in Revista Educação e Políticas em Debate – v. 4, n.2 – ago./dez. 2015

BRANDÃO, Carlos Rodrigues e BORGES, Maristela Correa. A pesquisa participante: um momento da educação popular. in Rev. Ed. Popular, Uberlândia, v. 6, p.51-62. jan./dez. 2007

FLORIDO, Caroline Maria. A História da Extensão Universitária na Faculdade de Educação da Unicamp: resistência institucional ou recorte social? Trabalho de Iniciação Científica orientado pelo professor José Luis Sanfelice. Faculdade de Educação da Unicamp, 2009


Sites: https://www.brcidades.org


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